O Nome da morte

O Nome da morte – A história real de Júlio Santana, o homem que já matou 492 pessoas.
Editora: Planeta.
Ano: 2006.
Autor: Klester Cavalcanti.
Seguindo a linha do nosso último post literário: esse é mais um livro reportagem. Dessa vez a história contada é a de um matador de aluguel: Júlio Santana, nascido no Maranhão, região nordeste do Brasil.
O livr
o foi escrito pelo jornalista pernambucano Klester Cavalcanti, também autor de “Viúvas da terra”, pelo qual recebeu o prêmio Jabuti de Em março de 1999, Klester Cavalcanti fazia uma matéria sobre o trabalho escravo na Amazônia. Durante esse processo, tomou conhecimento de que pistoleiros eram muito comuns na região. Diante dessa realidade, Klester se viu “obrigado” e escrever sobre o assunto. Inicialmente, pensava em fazer um perfil de um desses matadores para a revista para a qual trabalhava, no entanto, à medida que o tempo passava e diante da história de vida do personagem em questão, ele percebeu que aquela história precisava ser contada em um livro.
Foram sete anos de conversas telefônicas com o personagem principal dessa trama. Por medo de ser preso, Júlio Santana, o matador, não queria autorizar que a sua identidade fosse revelada, mas ao decidir mudar de vida, em 2006, resolveu autorizar essa revelação.
Foram cerca de 35 anos de trabalho e quase 500 mortes no seu currículo. Júlio, conhecido por sua eficiência e discrição no trabalho de matador, nos é apresentado sem julgamentos. Vemos sua trajetória desde o princípio. E ao ler essas páginas é até mesmo possível sentir pena ou compaixão, chamem como acharem melhor, por esse homem que tem a morte como profissão. Um homem que mata à sangue frio e por dinheiro. Temente a Deus, mas que acredita estar livre de seus pecados, pois a cada morte, ele reza dez ave-marias e vinte pais-nossos. Foi assim desde o seu primeiro assassinato até o último.
Aqui, vemos sua história desde a adolescência. Seus medos, aflições, amores e sonhos. Vemos seu primeiro contato com essa ‘profissão’, sua participação na guerrilha contra os comunistas, vemos as angústias e arrependimentos de uma alma. Vemos também a naturalidade com que tudo pode ser encarado. Um dedicado pai de família e esposo exemplar. Vemos um homem. Vemos um matador. A riqueza de detalhes de cada relato é impressionante! Desde refeições, roupas até a maneira como os fatos aconteceram.
O interessante é que, de tão surreal, a obra parece mesmo tratar de uma ficção e não de uma reportagem. Há um comentário sobre isso no prefácio do livro e eu não poderia deixar de falar sobre isso aqui. Cada página, cada relato, parece ser fruto da imaginação do autor, mas não é. São frutos de uma pesquisa árdua, do contato com diversas fontes, de um mergulho na vida de Júlio Santana.
Natali Assunção.

4 Comments:
quero ler!
:p
:*
Na decima linha de baixo para cima....riqueza e com z!
adorei o texto....de qualquer forma
O blog ta abandonado.
¬¬
Atualizações requeridas!
;**
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